14 de jan. de 2017

Jugo desigual: O que significa essencialmente?

 jugo desigual
“Não lavrarás com junta de boi e jumento".
(Deuteronômio 22:10)

                            O jugo é uma peça de madeira que une dois animais , geralmente uma  parelha de bois, quer para puxar um arado ou um carroção de madeira . O jugo é usado desde os tempos bíblicos para fazer com que dois animais trabalhem juntos, dividindo o peso a ser carregado , dividindo a resistência do arado no solo. O jugo que prende os bois, ao mesmo tempo em que divide o trabalho, multiplica a força. Assim dois animais devidamente aparelhados no jugo produzem o dobro de força, assim o dobro de trabalho que um sozinho faria, e tarefas impossíveis para um só se tornam fáceis para dois.

                         Porém no livro de Deuteronômio, temos uma ordem direta e sucinta, a saber : “Não lavrarás com junta de boi e jumento". Em primeiro lugar devemos observar que é uma lei de Deus dada ao homem por Moisés, servo do Senhor. Esta lei visa a preservação dos animais, pois um jumento tem uma força e um tamanho peculiar enquanto o boi tem outra força e outro tamanho. O temperamento de um animal  é diferente do outro e a estrutura física também.

                          Dois animais de tamanho, força e estrutura física diferentes, presos a um mesmo jugo, trariam vários problemas  durante a seara. O animal mais forte certamente trabalharia mais do que o animal menor gerando sobrecarga, fadiga e sofrimento. Além disso o jugo machucaria  o pescoço do animal menor, por ser  mais fraco. 

                        Na caminhada da vida temos um jugo para por nos ombros como Jesus nos ensina. “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". (Mateus 11:29-30)

                         Temos um jugo oferecido por Cristo que é suave e leve, ajustado ao nosso tamanho, que nos permite andar na seara da vida de modo tranqüilo, bem diferente do jugo do pecado, como está escrito: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão". (Gálatas 5:1)                     

                         A seara da vida foi projetada para ser trabalhada a dois. Todo jovem, homem ou mulher, sonha em ter seu companheiro que o ajude a viver em família e assim cumprir o plano de Deus. “E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele" (Gênesis 2:18). 

                         Deus sempre teve uma preocupação quanto ao casamento e sempre quis que seu povo escolhido tivesse esposas e maridos tementes ao Deus Altíssimo, de modo que deixou advertências para seu povo se guardar dos casamentos entre israelitas e nações pagãs “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos;Pois fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria" (Deuteronômio 7:2-4)

                         Os patriarcas zelaram pela ordem de Deus. Veja o cuidado de Abraão em escolher uma esposa para seu filho Isaque, que fosse de entre os da mesma fé e da mesma família espiritual. “E Sara, a mulher do meu senhor, deu à luz um filho a meu senhor depois da sua velhice, e ele deu-lhe tudo quanto tem. E meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás mulher para meu filho das filhas dos cananeus, em cuja terra habito; Irás, porém, à casa de meu pai, e à minha família, e tomarás mulher para meu filho" (Gênesis 24:36-38).

                      Muitos anos depois  Isaque,  filho de Abraão, já velho, lembrando do cuidado de seu pai com o casamento, ficou muito triste ao ver seu filho Esaú se casar com uma mulher pagã, quebrando o conselho de seu avô Abraão: “Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito (Gênesis 26:34-35”)

                             No período dos reis de Israel o casamento entre israelitas e pagãos trouxe um grande prejuízo para a nação. Vejamos como ocorreu com Salomão no tocante a seu relacionamento com mulheres estranhas a sua realidade de comunhão e devoção com Deus: “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai (1 Reis 11:1-4).

                               É muito importante na hora de escolher um noivo ou noiva procurar entre os da família da fé. Entre os que compartilham o mesmo Deus , que pensam da mesma forma, entre os que andam na luz. No novo testamento Deus reforça a mesma advertência: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? (2 Coríntios 6:14)”

                             Quando um cristão se prende a um jugo com um descrente, o casal passa a levar as tarefas da vida em conjunto, sejam as alegrias ou tristezas, saúde ou doença, até a morte, pois a vontade de Deus para o casamento é que dure até a morte. O jugo desigual vai causar sofrimento pois um poderá suportar as cargas da vida enquanto o outro será mais fraco.

                          O ímpio, por não ter aceito a Cristo, tem sua alma pesada pelo fardo do pecado. Terão problemas adicionais, pois um não entende o que é o pecado e o outro o sente diariamente. Um serve a Deus e outro não serve:             "Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve" (Malaquias 3:18)

                          No livro do profeta amós há a seguinte pergunta: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" (Amós 3:3). A resposta é obvia. Não há como andar juntamente com alguém que discorda o tempo todo de suas posições e ações.

                               Indispensável para um casamento cristão abençoado é seguir a vontade de Deus como Paulo nos ensina. Se for para casar que seja no Senhor, como está escrito: “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor" (1 Coríntios 7:39).

                             Mesmo entre os israelitas (crentes) devemos nos perguntar se o futuro cônjuge tem as mesmas percepções que temos. Dentro da igreja há diferentes tipos de cristãos. Uma vida frutífera, talvez, mas em níveis diferentes. Jesus disse na parábola do semeador: “E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro sessenta, e outro cem. (Marcos 4:8)

                          Que a graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.

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